Correndo Sem Sair do Lugar
“Você parece ótimo!”
– foi o que meu treinador de corrida no curso secundário me disse.
“Se ao menos você não corresse tanto no mesmo lugar!”
Meu estilo de corrida exibia muita atividade, mas quase nenhum
progresso. Para muitos de nós a vida tende a apresentar-se assim.
Estamos muito ocupados, mas o que temos realizado? Se realizamos pouco,
por que continuamos a fazer as mesmas coisas que temos feito?
Sinto-me fascinado pela vida do homem mais sábio que já viveu: rei
Salomão, filho de Davi e terceiro rei de Israel. Ele reinou no século X,
AC, governando durante a era de ouro em Israel. Apesar das espantosas
realizações e notoriedade, o resumo de sua vida, da perspectiva de seus
últimos dias, foi que “É tudo vaidade (sem sentido)” (Eclesiastes
1.2,14).
Olhando para Salomão e tudo quanto ele alcançou durante sua célebre
existência, não posso deixar de perguntar: “Como alguém que começou
tão bem, e fez tantas coisas, pode chegar ao final da vida e concluir
que o que realizou não fazia sentido?”
Muitos começaram idealisticamente fazendo algo que sentiu daria
significado à sua vida, para depois se desiludir. Tenho observado isto
em muitos que começam carreiras militares. São idealistas e pensam que
podem ajudar a realizar coisas importantes, mas a realidade da guerra os
leva à decepção. A resultante perda de propósito pode contribuir para o
transtorno do estresse pós-traumático (PTSD, em inglês). O mesmo tipo de
decepção é experimentado por pessoas envolvidas com a política e o
mercado de trabalho.
Todos desejam que a vida valha a pena; todos desejam uma vida
significativa. Sempre penso na afirmação do filósofo Blaise Pascal sobre
o “vazio com forma de Deus”, que existe no coração de cada pessoa, um
vazio que somente Deus pode preencher. John Maxwell, na "Bíblia da
Liderança Maxwell", se refere a outro vazio: vazio com forma de vida,
que somente pode ser preenchido por uma missão na vida.
A conclusão de Salomão que “tudo é inútil, é correr atrás do vento”
(Eclesiastes 1.14), diz respeito ao trabalho feito “debaixo do
sol” (Eclesiastes 4.7). Se o propósito para a vida não pode ser
encontrado “debaixo do sol”, então precisamos procurá-lo em
outro lugar: olhar na direção do céu! Se queremos encontrar verdadeiro
significado e propósito, precisamos olhar para o próprio Deus.
Meu amigo e mentor de longa data, Joe Coggeshall, me desafiou durante
anos a escrever uma “declaração de propósito de vida”. “Companhias
de sucesso têm uma declaração de propósito ou missão”, ele me dizia.
“Por que você não pode ter a sua?” Finalmente aceitei o desafio
e, desde então, descobri que considerar e por em palavras meu propósito
na vida, transformou-se numa bússola que me permite rejeitar o bom em
favor do melhor.
Na versão Amplificada, Paulo escreve:“(Porque o meu firme propósito
é) que eu possa conhecê-lo (a Jesus Cristo) – [que eu possa
progressivamente conhecê-lo pessoalmente mais profunda e intimamente,
percebendo e reconhecendo e compreendendo as maravilhas de Sua pessoa
mais forte e claramente]” (Filipenses 3.10). No que diz respeito a
propósito de vida, este me parece bem razoável.
Qual é o seu propósito? Por que você faz o que faz? Se você não tem uma
declaração de propósito de vida, por que não faz uma?
Fritz Klumpp e sua esposa, Ann, vivem em Ashland, Virgínia, EUA.
Ele foi piloto da Marinha Americana, serviu durante a Guerra do Vietnã,
aposentou-se depois de uma carreira como piloto na Delta Air Lines. Foi durante
vários anos diretor executivo do CBMC-USA e atuou no ramo imobiliário. Seu web
site é www.fritzklumpp.com. Tradução de Mércia Padovani. Revisão e
adaptação de J. Sergio Fortes.
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