Pais e Filhos - Parte2
Ao contrário do meu tempo, percebo que hoje em dia os filhos adultos estão passando mais tempo na casa dos pais, sem previsão, me desculpa a expressão, de darem linha na pipa.
Com isso muitos problemas de relacionamento tem surgido, onde pais e filhos tem vivido um intenso conflito.
Muito se fala sobre colocar limites e disciplina aos filhos pequenos e por mais estranho que pareça pais e filhos adultos, também precisam estabelecer limites e disciplina para uma convivência sadia.
Li este artigo de Elizabeth Zekveld Portela e achei simplesmente maravilhoso.
Abaixo leia o artigo na íntegra, vale a pena.
Filhos Adultos no Lar
Parceria Responsável ou Pensão com Cama, Comida e Roupa Lavada
Dona Valdete hesitou e depois entrou, decidida, no quarto do neto. Alisou a cabeça dele. Era tão bonito, parecia um anjo dormindo. Mas era um anjo muito descuidado e precisava de uma bronca.
–Acorde, Thiago.–Que é, ‘Vó?–Acorde e olhe para mim! Thiago se virou e dobrou o travesseiro debaixo da cabeça.–Que foi? Aconteceu alguma coisa?
–Ainda não, mas vai acontecer se você não parar de ser preguiçoso.
–Acorde, Thiago.–Que é, ‘Vó?–Acorde e olhe para mim! Thiago se virou e dobrou o travesseiro debaixo da cabeça.–Que foi? Aconteceu alguma coisa?
–Ainda não, mas vai acontecer se você não parar de ser preguiçoso.
–Que história, ‘Vó! Eu trabalho todo dia.
–É, e sua mãe não?! Ela acaba de me dizer a lista de coisas que tem que ser feitas hoje. Olhe, sua mãe está com apenas dois meses de operada. Seu pai teve que ir ao trabalho.
–Ela não me falou nada. Como eu vou saber?
–E você perguntou, por acaso? Eu mesma ouvi você avisando ontem que ia aproveitar o sábado para colocar o sono em dia. Você acha que seus pais vão lhe pedir alguma coisa depois de uma declaração daquelas? Onde já se viu? Um marmanjo deste tamanho na cama enquanto a mãe coloca o lixo na rua. Se fosse apenas um volume, ainda vai lá, mas são quinze sacos bem pesados porque ontem o jardineiro teve aí. Eu a proibi terminantemente! Depois ela está querendo levar o carro para o mecânico e para o borracheiro. Agora me diga, com quem foi que o pisca-pisca quebrou? E com quem o pneu furou?–Comigo, ‘Vó.
–Então! E pode desmanchar essa cara de espantado! ‘Tou achando que Deus me mandou para cá para dar uma basta nessa exploração! Tem quatro de vocês e ninguém faz nada para ajudar nesta casa nos sábados. Fica todo mundo na cama até meio-dia e depois cada um tem seus programas. Se vocês dividissem as tarefas, seus pais poderiam dormir umas horas a mais também. Bem que eles precisam. E aí, vai sair desta cama, ou não?!
Quando o pai (Neto) chegou algumas horas mais tarde, ficou espantado. Thiago havia saído para cuidar do carro (com ordens para comprar ração e passar na farmácia e na locadora). Seu caçula estava dando banho na cachorra enquanto a avó estava preparando o material para ensinar-lhe como lavar três pares de tênis. O outro filho estava cortando a grama do quintal. Na cozinha, a filha estava assando o bolo que ela havia prometido para a reunião da mocidade daquela noite e já sabia que quem iria passar sua blusa a ferro seria ela mesma.
Sr. Neto chamou a esposa de lado e perguntou a ela que “milagre” era aquele.
Quando o pai (Neto) chegou algumas horas mais tarde, ficou espantado. Thiago havia saído para cuidar do carro (com ordens para comprar ração e passar na farmácia e na locadora). Seu caçula estava dando banho na cachorra enquanto a avó estava preparando o material para ensinar-lhe como lavar três pares de tênis. O outro filho estava cortando a grama do quintal. Na cozinha, a filha estava assando o bolo que ela havia prometido para a reunião da mocidade daquela noite e já sabia que quem iria passar sua blusa a ferro seria ela mesma.
Sr. Neto chamou a esposa de lado e perguntou a ela que “milagre” era aquele.
–Olhe, sua mãe resolveu que nossos filhos são um bando de preguiçosos e acordou a cambada toda. Mas eu também já recebi uma bronca bem grande. Duvido que você escape!
Mais tarde, Vovó Valdete reuniu a família.
Mais tarde, Vovó Valdete reuniu a família.
—Como vocês notaram hoje de manhã, apesar de achar vocês a família mais linda do mundo, estou preocupada com algumas coisas que tenho observado nas três semanas que passei aqui. Já conversei com seus pais e agora vou falar com vocês novamente.E aí ela continuou falando, com a Bíblia na mão….
PAIS SACRIFICADOS, FILHOS ACOMODADOS
Uma das queixas mais frequentes dos pais é que os jovens vivem como se a casa em que moram fosse uma espécie de hotel onde necessidades e caprichos de filhos-hóspedes têm que ser satisfeitos exatamente por pais-empregados. Para eles, amor de pai e mãe implica em sacrifício e canseira. Amor de filho, entretanto, tem pouco a ver com este conceito. Basta dizer “eu te amo” de vez em quando, comprar uns presentinhos no dia deles e no Natal e pronto.
Vemos que a culpa pelos desentendimentos nesta área é de ambas as partes. É dos pais que não exigem participação nos gastos e desgastes físicos que a manutenção e conservação do lar requerem. É dos filhos que não percebem que, por serem adultos, já podem e devem começar a aliviar os pais das suas tarefas e despesas com o andamento domiciliar. Paulo ensinou a Timóteo que os filhos e netos devem aprender a exercer piedade para com a sua própria casa, e a recompensar os seus progenitores; pois isto é aceitável diante de Deus (1 Timóteo 5.4). Em outra epístola, Paulo falou da importância de evitar comer pão, de graça, à custa de outros, mas de trabalhar, em labor e fadiga, de noite e de dia,.. a fim de não ser pesado a ninguém. Ele continua afirmando, Se alguém não quer trabalhar, também não coma (2 Tessalonicenses 3.8, 10).
No lar ideal, os pais criam os filhos e, em seguida, lutam ao lado deles por um tempo enquanto se estabilizam na sua emancipação. Depois, tanto os filhos como os pais devem ser livres. A mãe também tem direito a este estágio de liberdade, retomando ou desenvolvendo novos talentos e atividades na sua comunidade. As suas obrigações e tarefas com os cuidados dos seus filhos terminam quando esses se tornam adultos exceto, quando de comum acordo, pais e filhos decidem continuar com a convivência ou dependência financeira. Pode ser no intuito de ajudar o filha ou a filha a se preparar melhor para uma próxima fase nas suas vidas. Este apoio é voluntário e temporário e pode ser retirado ou diminuído se os pais notarem que seus filhos estão lhes explorando ou tirando proveito indevido do sacrifício paterno. Chega o momento em que os pais vêem que seus mimos estão atrasando o amadurecimento dos filhos. Agora, quem deve se sacrificar mais, fora e também dentro do lar (o labor e fadiga, noite e dia acima) é o jovem. Um filho crente se esforça não apenas para não ser um peso mas também para aliviar a carga dos pais, começando a recompensá-los, assumindo tarefas domésticas, compras, consertos… O seu amor se concretiza—passa de meras palavras para ações visíveis.
Jovens, seus pais abriram mão de sonhos, ambições e prazeres por causa de vocês. Libertem-nos da carga financeira e física o mais rápido que poderem. Não permitam que eles se privem desnecessariamente de prazeres, passeios e atividades especiais por sua causa e, especialmente, por seus caprichos.
LIMITES QUE NÃO DEVEM SER ULTRAPASSADOS
Vemos que a culpa pelos desentendimentos nesta área é de ambas as partes. É dos pais que não exigem participação nos gastos e desgastes físicos que a manutenção e conservação do lar requerem. É dos filhos que não percebem que, por serem adultos, já podem e devem começar a aliviar os pais das suas tarefas e despesas com o andamento domiciliar. Paulo ensinou a Timóteo que os filhos e netos devem aprender a exercer piedade para com a sua própria casa, e a recompensar os seus progenitores; pois isto é aceitável diante de Deus (1 Timóteo 5.4). Em outra epístola, Paulo falou da importância de evitar comer pão, de graça, à custa de outros, mas de trabalhar, em labor e fadiga, de noite e de dia,.. a fim de não ser pesado a ninguém. Ele continua afirmando, Se alguém não quer trabalhar, também não coma (2 Tessalonicenses 3.8, 10).
No lar ideal, os pais criam os filhos e, em seguida, lutam ao lado deles por um tempo enquanto se estabilizam na sua emancipação. Depois, tanto os filhos como os pais devem ser livres. A mãe também tem direito a este estágio de liberdade, retomando ou desenvolvendo novos talentos e atividades na sua comunidade. As suas obrigações e tarefas com os cuidados dos seus filhos terminam quando esses se tornam adultos exceto, quando de comum acordo, pais e filhos decidem continuar com a convivência ou dependência financeira. Pode ser no intuito de ajudar o filha ou a filha a se preparar melhor para uma próxima fase nas suas vidas. Este apoio é voluntário e temporário e pode ser retirado ou diminuído se os pais notarem que seus filhos estão lhes explorando ou tirando proveito indevido do sacrifício paterno. Chega o momento em que os pais vêem que seus mimos estão atrasando o amadurecimento dos filhos. Agora, quem deve se sacrificar mais, fora e também dentro do lar (o labor e fadiga, noite e dia acima) é o jovem. Um filho crente se esforça não apenas para não ser um peso mas também para aliviar a carga dos pais, começando a recompensá-los, assumindo tarefas domésticas, compras, consertos… O seu amor se concretiza—passa de meras palavras para ações visíveis.
Jovens, seus pais abriram mão de sonhos, ambições e prazeres por causa de vocês. Libertem-nos da carga financeira e física o mais rápido que poderem. Não permitam que eles se privem desnecessariamente de prazeres, passeios e atividades especiais por sua causa e, especialmente, por seus caprichos.
LIMITES QUE NÃO DEVEM SER ULTRAPASSADOS
Na maioria das vezes, não são pecados graves que causam os atritos no lar. São hábitos e atitudes irritantes ou displicentes, aparentemente insignificantes, de ambas as partes. Pais e filhos cristãos podem e devem relevar muitas coisas no intuito de melhorar o relacionamento na sua casa, exercendo mansidão, longanimidade, e paciência (Efésios 4.2).
Mas, outras vezes, os problemas com o convívio podem ser sérios. Os pais não devem tolerar imoralidade, blasfêmia ou violência e nem ociosidade constante, embriaguez ou drogas (1 Coríntios 6.9-12; Efésios 4.31; 2 Tessalonicenses 3.10). Quando o filho ou a filha insistir em desrespeitar a vontade dos pais, quebrando continuamente as claras leis de Deus nestas áreas, trazendo prejuízo e perigo para si e para a sua família, os pais não devem achar que seu amor lhes obriga a aguentar tudo. Como na igreja, quando o amor ao irmão se manifesta pelo seu afastamento para que fique envergonhado (Romanos 16.17; 2 Tessalonicenses 3.6-15; 1 Coríntios 5.5,11), assim deve ser na família. A porta deve sempre ficar aberta para a reconciliação.
Se chegar a essa situação, todos devem saber que é uma atitude radical que não pode ser adotada ligeira ou levianamente, numa hora de raiva ou de grande desespero. O afastamento do convívio deve ser precedido por muitas exortações e orações e a solicitação da ajuda de irmãos que superaram situações parecidas ou de profissionais evangélicos, como também dos presbíteros da igreja. Não significa, todavia, o fim imediato ao sofrimento familiar já que o filho ou a filha vai ter que enfrentar as conseqüências dolorosas das suas atitudes e ações num ambiente hostil, às vezes perigoso e até mortal. Somente os pais podem aferir, em oração, quando já tentaram todos os passos prévios, mas não devem hesitar em exercitar sua plena autoridade.
A parábola do Filho Pródigo contém alguns detalhes que podem nos dar coragem e esperança. Quando o filho, que obviamente não se enquadrava nos princípios paternos, foi embora, o pai não foi correndo atrás dele e não manifestou nenhum tipo de apoio durante a sua ausência. Deixou seu filho chegar até o fundo do poço, tornando-se um sem-teto, passando solidão, perigo e fome. Foi então que aconteceu o milagre. Pela misericórdia de Deus, o filho caiu em si, e lembrou-se dos benefícios que emanavam da vida íntegra do pai. Reconheceu que seu comportamento tinha sido uma ofensa a Deus e a seu pai e voltou, declarando o seu arrependimento (Lucas 15.17,18). Quanta alegria quando este filho voltou!
UMA PALAVRA PARA OS PAIS DA “GERAÇÃO INTERNET”
Mas, outras vezes, os problemas com o convívio podem ser sérios. Os pais não devem tolerar imoralidade, blasfêmia ou violência e nem ociosidade constante, embriaguez ou drogas (1 Coríntios 6.9-12; Efésios 4.31; 2 Tessalonicenses 3.10). Quando o filho ou a filha insistir em desrespeitar a vontade dos pais, quebrando continuamente as claras leis de Deus nestas áreas, trazendo prejuízo e perigo para si e para a sua família, os pais não devem achar que seu amor lhes obriga a aguentar tudo. Como na igreja, quando o amor ao irmão se manifesta pelo seu afastamento para que fique envergonhado (Romanos 16.17; 2 Tessalonicenses 3.6-15; 1 Coríntios 5.5,11), assim deve ser na família. A porta deve sempre ficar aberta para a reconciliação.
Se chegar a essa situação, todos devem saber que é uma atitude radical que não pode ser adotada ligeira ou levianamente, numa hora de raiva ou de grande desespero. O afastamento do convívio deve ser precedido por muitas exortações e orações e a solicitação da ajuda de irmãos que superaram situações parecidas ou de profissionais evangélicos, como também dos presbíteros da igreja. Não significa, todavia, o fim imediato ao sofrimento familiar já que o filho ou a filha vai ter que enfrentar as conseqüências dolorosas das suas atitudes e ações num ambiente hostil, às vezes perigoso e até mortal. Somente os pais podem aferir, em oração, quando já tentaram todos os passos prévios, mas não devem hesitar em exercitar sua plena autoridade.
A parábola do Filho Pródigo contém alguns detalhes que podem nos dar coragem e esperança. Quando o filho, que obviamente não se enquadrava nos princípios paternos, foi embora, o pai não foi correndo atrás dele e não manifestou nenhum tipo de apoio durante a sua ausência. Deixou seu filho chegar até o fundo do poço, tornando-se um sem-teto, passando solidão, perigo e fome. Foi então que aconteceu o milagre. Pela misericórdia de Deus, o filho caiu em si, e lembrou-se dos benefícios que emanavam da vida íntegra do pai. Reconheceu que seu comportamento tinha sido uma ofensa a Deus e a seu pai e voltou, declarando o seu arrependimento (Lucas 15.17,18). Quanta alegria quando este filho voltou!
UMA PALAVRA PARA OS PAIS DA “GERAÇÃO INTERNET”
Com a introdução e rápido crescimento da Internet no Brasil, muitos pais se preocupam com seu impacto nos hábitos dos filhos. Apreensivos, observamos nossos jovens investindo todas as suas economias num computador, inúmeros acessórios, opcionais e software. Depois, precisam de novos lançamentos, upgrades, mais memória… Compram alguns jogos ou fazem o download dos mesmos. Se isolam num mundo complexo, com incríveis oportunidades mas com grandes perigos também. Perplexos, descobrimos que aqueles filhos que nunca souberam se lembrar de duas ordens simultâneas, agora conseguem realizar várias coisas de uma vez—multitarefas. Ao mesmo tempo em que fazem seu trabalho escolar no processador de texto, e ouvem música, os jovens internautas normalmente estão na Internet e num bate-papo no Orkut ou outra “sala” virtual. Confiamos que estejam trocando e-mails, criando sites ou pesquisando coisas sérias pelo browser e não navegando à deriva. Perguntamo-nos se as conversas estão sendo proveitosas, fúteis ou impróprias? Tememos os sites pornográficos que se infiltram e insinuam em meio a atividades e informações irrepreensíveis e benéficas.
De repente, estão trocando a noite pelo dia. Às vezes, afirmamos que ninguém que presta está acordado àquela hora e descobrimos que eles estão se comunicando com os filhos dos nossos mais respeitados amigos e com indivíduos sérios no outro lado do globo.
A Internet e a globalização vieram para ficar. Temos que conviver com isto. Não há jeito de fugir, de proibir, mas podemos direcioná-los. No futuro, vai ser muito comum as pessoas ganharem a vida sem sair de casa, apenas com o computador ligado à Internet. Isto, de fato, já está acontecendo e muitos jovens sonham com esta possibilidade. Os pais de Thiago estavam muito preocupados. Ficaram abismados quando ele largou os estudos, voltou para casa e não quis procurar um emprego tradicional. Dizia que queria fazer sites, mandava currículos para lá e para cá e ficava no computador e na Internet o tempo todo. De vez em quando, arrumava um trabalho pequeno. Seus pais ficaram tristes e zangados, duvidando deste método de aprendizado nada convencional. Aquilo lhes parecia muito mais lazer do que preparo para uma profissão!
Hoje, Thiago está empregado, trabalhando com aquilo em que se auto-treinou e aprendeu, sendo o que mais gosta. Está ganhando um excelente salário de quebra. Tem dia que sai cedo, de terno e gravata. Nos outros, dorme tarde e depois pode ser encontrado, de bermuda, televisão ligada, sentado no chão da sala com o laptop numa mesinha. “Conversa” com o chefe por e-mail ou telefone, enquanto usa as técnicas que aprendeu com tanto gosto na calada da noite. Os pais ficam com o coração na mão, mas aparentemente a pontualidade e a presença física não são requisitos no serviço dele. O pai se impressiona pois os chefes de Thiago parecem não ligar para isso. Querem ver só os resultados e continuam lhe pagando todo mês. Thiago faz parte do crescente grupo dos não-formados prestigiados, num novo mundo informatizado e globalizado em que jovens individualistas, criativos e curiosos são valorizados por irem muito além dos cursos dinossáuricos da maioria das escolas.
Seus pais andam confusos. E o diploma? Será que ele nunca vai sentir falta dele? Será que vai terminar a faculdade? E o exemplo para os irmãos? E a visão, a postura, o peso e a falta de exercício físico? E a disciplina no controle do tempo e no convívio com os outros? Como ele vai poder participar bem da vida normal (igreja, mocidade, visitas) ou até formar uma família se ele continuar com estes hábitos nada convencionais? Mas ele é um adulto. Ele está se sustentando e pagando as dívidas. Acha que está se realizando. As suas atividades na igreja e suas conversas confirmam que sua vida moral e espiritual estão em ordem. Será que eles não deveriam estar com as mãos levantadas em gratidão? Está certo eles ficarem martelando as suas cismas e temores, deixando transparecer constantemente que gostariam que sua vida fosse de outro jeito?
CONVÍVIO PACÍFICO, COM A AJUDA DE DEUS
De repente, estão trocando a noite pelo dia. Às vezes, afirmamos que ninguém que presta está acordado àquela hora e descobrimos que eles estão se comunicando com os filhos dos nossos mais respeitados amigos e com indivíduos sérios no outro lado do globo.
A Internet e a globalização vieram para ficar. Temos que conviver com isto. Não há jeito de fugir, de proibir, mas podemos direcioná-los. No futuro, vai ser muito comum as pessoas ganharem a vida sem sair de casa, apenas com o computador ligado à Internet. Isto, de fato, já está acontecendo e muitos jovens sonham com esta possibilidade. Os pais de Thiago estavam muito preocupados. Ficaram abismados quando ele largou os estudos, voltou para casa e não quis procurar um emprego tradicional. Dizia que queria fazer sites, mandava currículos para lá e para cá e ficava no computador e na Internet o tempo todo. De vez em quando, arrumava um trabalho pequeno. Seus pais ficaram tristes e zangados, duvidando deste método de aprendizado nada convencional. Aquilo lhes parecia muito mais lazer do que preparo para uma profissão!
Hoje, Thiago está empregado, trabalhando com aquilo em que se auto-treinou e aprendeu, sendo o que mais gosta. Está ganhando um excelente salário de quebra. Tem dia que sai cedo, de terno e gravata. Nos outros, dorme tarde e depois pode ser encontrado, de bermuda, televisão ligada, sentado no chão da sala com o laptop numa mesinha. “Conversa” com o chefe por e-mail ou telefone, enquanto usa as técnicas que aprendeu com tanto gosto na calada da noite. Os pais ficam com o coração na mão, mas aparentemente a pontualidade e a presença física não são requisitos no serviço dele. O pai se impressiona pois os chefes de Thiago parecem não ligar para isso. Querem ver só os resultados e continuam lhe pagando todo mês. Thiago faz parte do crescente grupo dos não-formados prestigiados, num novo mundo informatizado e globalizado em que jovens individualistas, criativos e curiosos são valorizados por irem muito além dos cursos dinossáuricos da maioria das escolas.
Seus pais andam confusos. E o diploma? Será que ele nunca vai sentir falta dele? Será que vai terminar a faculdade? E o exemplo para os irmãos? E a visão, a postura, o peso e a falta de exercício físico? E a disciplina no controle do tempo e no convívio com os outros? Como ele vai poder participar bem da vida normal (igreja, mocidade, visitas) ou até formar uma família se ele continuar com estes hábitos nada convencionais? Mas ele é um adulto. Ele está se sustentando e pagando as dívidas. Acha que está se realizando. As suas atividades na igreja e suas conversas confirmam que sua vida moral e espiritual estão em ordem. Será que eles não deveriam estar com as mãos levantadas em gratidão? Está certo eles ficarem martelando as suas cismas e temores, deixando transparecer constantemente que gostariam que sua vida fosse de outro jeito?
CONVÍVIO PACÍFICO, COM A AJUDA DE DEUS
O que fazer nestas horas, e em todos os momentos em que algo nos incomoda no convívio com nossos filhos? Primeiro, devemos, individualmente e como casal, derramar nosso coração diante do nosso Pai celestial, seguindo o exemplo de Davi nos seus salmos. Devemos descrever as nossas mágoas, incertezas, suspeitas, preocupações, tristezas e frustrações em todos os detalhes, compartilhando com ele o que vimos, ouvimos, fizemos e tememos, pedindo a sua direção, confiando no seu amor e na sua proteção.
Paulo nos diz em Filipenses 4.6,7 que não devemos andar ansiosos de coisa alguma. Isto porque podemos fazer as nossas petições conhecidas diante de Deus, pela oração e pela súplica. E ele adiciona um detalhe interessante—com ações de graça. Nesta situação, significa que temos que procurar coisas para agradecer. Muitas vezes, este ato, tão simples, nos ajuda a colocar os nossos filhos numa perspectiva melhor—tirando o nosso enfoque das coisas que nos inquietam para o reconhecimento de virtudes e bênçãos que, quase sempre, superam estas. Temos o dever (e privilégio) de orar sempre e nunca desanimar (Lucas 18.1). Ele é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos (Efésios 3.20) Podemos lidar com tudo, tudo mesmo, naquele que nos fortalece! E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os nossos corações e as nossas mentes em Cristo Jesus. (Filipenses 4.13,7)
Depois, devemos conversar e planejar com nossos jovens, de adulto para adulto. Tudo com base em princípios comprovadamente bíblicos e de maneira agradável a Deus (sem amargura, cólera, ira, gritaria, malícia mas com compaixão, humildade, mansidão e perdão mútuo —Efésios 4.31,32; Colossenses 3.12,13). Falemos com franqueza, compartilhando a situação financeira, o peso das tarefas domésticas, as preocupações, os temores… Ouçamos também, pedindo uma avaliação dos filhos adultos (e dos seus irmãos) da convivência no lar e sobre como todos poderiam contribuir para melhorar o relacionamento. Este “ouvir” pode doer em ambos os lados mas é impressionante quantos desentendimentos podem ser desfeitos, atitudes modificadas e hábitos corrigidos nesta abertura familiar. Às vezes, precisaremos de ajuda externa, como no caso da briga de Evódia e Sínteque quando Paulo pediu para alguém da sua igreja auxiliá-las (Filipenses 4.2,3).
Os mesmos princípios aplicam-se aos jovens cristãos que lidam com pais que não parecem seguir o Senhor em alguns aspectos de sua convivência com eles. Se os filhos crentes tiverem bases bíblicas para sua opinião, orem, pedindo coragem e sabedoria a Deus e então falem, com respeito, espírito cristão e fraternal. Depois orem novamente, juntos, se possível. Quantas vezes, filhos e pais não sofrem por razão de simples e repetidas falhas na comunicação?
Não há ocasião melhor para isto do que num culto doméstico. A sua família (ainda) mantém esta prática de leitura bíblica, análise e oração conjunta? É o Deus que criou a nós e a nossos filhos, e que nos conhece intimamente, que nos fala através da sua palavra e nos ensina preciosos princípios de convivência. Os teólogos chamam o efeito da palavra de Deus em nós um meio de graça. Oremos para que Ele nos dê sabedoria e forças para colocá-lo e a união da nossa família em primeiro plano novamente. De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra (Sl 119.9).
Paulo nos diz em Filipenses 4.6,7 que não devemos andar ansiosos de coisa alguma. Isto porque podemos fazer as nossas petições conhecidas diante de Deus, pela oração e pela súplica. E ele adiciona um detalhe interessante—com ações de graça. Nesta situação, significa que temos que procurar coisas para agradecer. Muitas vezes, este ato, tão simples, nos ajuda a colocar os nossos filhos numa perspectiva melhor—tirando o nosso enfoque das coisas que nos inquietam para o reconhecimento de virtudes e bênçãos que, quase sempre, superam estas. Temos o dever (e privilégio) de orar sempre e nunca desanimar (Lucas 18.1). Ele é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos (Efésios 3.20) Podemos lidar com tudo, tudo mesmo, naquele que nos fortalece! E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os nossos corações e as nossas mentes em Cristo Jesus. (Filipenses 4.13,7)
Depois, devemos conversar e planejar com nossos jovens, de adulto para adulto. Tudo com base em princípios comprovadamente bíblicos e de maneira agradável a Deus (sem amargura, cólera, ira, gritaria, malícia mas com compaixão, humildade, mansidão e perdão mútuo —Efésios 4.31,32; Colossenses 3.12,13). Falemos com franqueza, compartilhando a situação financeira, o peso das tarefas domésticas, as preocupações, os temores… Ouçamos também, pedindo uma avaliação dos filhos adultos (e dos seus irmãos) da convivência no lar e sobre como todos poderiam contribuir para melhorar o relacionamento. Este “ouvir” pode doer em ambos os lados mas é impressionante quantos desentendimentos podem ser desfeitos, atitudes modificadas e hábitos corrigidos nesta abertura familiar. Às vezes, precisaremos de ajuda externa, como no caso da briga de Evódia e Sínteque quando Paulo pediu para alguém da sua igreja auxiliá-las (Filipenses 4.2,3).
Os mesmos princípios aplicam-se aos jovens cristãos que lidam com pais que não parecem seguir o Senhor em alguns aspectos de sua convivência com eles. Se os filhos crentes tiverem bases bíblicas para sua opinião, orem, pedindo coragem e sabedoria a Deus e então falem, com respeito, espírito cristão e fraternal. Depois orem novamente, juntos, se possível. Quantas vezes, filhos e pais não sofrem por razão de simples e repetidas falhas na comunicação?
Não há ocasião melhor para isto do que num culto doméstico. A sua família (ainda) mantém esta prática de leitura bíblica, análise e oração conjunta? É o Deus que criou a nós e a nossos filhos, e que nos conhece intimamente, que nos fala através da sua palavra e nos ensina preciosos princípios de convivência. Os teólogos chamam o efeito da palavra de Deus em nós um meio de graça. Oremos para que Ele nos dê sabedoria e forças para colocá-lo e a união da nossa família em primeiro plano novamente. De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra (Sl 119.9).
LEITURAS BÍBLICAS
1 Timóteo 3.2-7; Êxodo 20.12 – Quem manda no lar são os pais
1 Coríntios 13.4-11; Efésios 4.11-16 – Deixando de ser “meninos”
Efésios 6.1-4 – Pais, não provoqueis vossos filhos a ira
1 Coríntios 6.9-12; Romanos 16.17 – Existem limites
I Timóteo 5.4; 2 Tessalonicenses 3.6-15 – Recompensando os pais
Tiago 1.13-18; Daniel 2.20-22 – Outros tempos, mas o mesmo Deus
Filipenses 4.6-13, 19 Efésios 4.29-32 – Convívio pacífico, com a ajuda de Deus
Elizabeth Zekveld Portela - Adaptação da Revista Palavra Viva: O Lar Segundo Deus, Lição 13, 2001
Comentários
Um abraço,
Georges
Ao aprendermos a nos relacionar melhor em família, aprendemos a nos relacionar melhor com Deus.
Um Abraço,
E Um Ótimo Fim De Semana!
Sobre o seu artigo, certa vez vi uma reportagem, na TV, mostrando filhos com mais de trinta anos morando com os pais e felizes da vida, não querendo assumir nenhum compromisso.
De quem é a culpa? Da sociedade? Da crise econômica provocando a falta de emprego? Ou dos pais que criam filhos inseguros, devido à superproteção, que lemos no seu artigo anterior?
Se continuar assim, a família vai acabar...
Chris Amag
Abraços
Chris
Bjs.!!!